As ameaças das imagens 3D à saúde
Médicos alertam para o risco de efeitos como náuseas e tonturas. E até fabricante de tevê informa sobre a chance de crise epiléptica.
VISÃO
Nas telonas o 3D já mostrou agradar ao público. A novidade não é um lançamento cinematográfico, e sim a venda dos primeiros televisores 3D. Porém, a notícia traz preocupações. No Exterior, onde as tevês 3D já são comercializadas, os fabricantes têm informado sobre possíveis riscos à saúde. O primeiro alerta foi da Samsung. As recomendações lembram as das bulas dos remédios: orientam a interromper o uso caso se sinta desconforto, como dor de cabeça, e informam sobre a possiblidade da ocorrência de crises epilépticas.
ESFORÇO EXTRA
Para processar as imagens da tevê
em 3D, o cérebro trabalha mais
Afinal, quais os impactos do 3D na saúde? Geralmente, os incômodos relatados são reflexo do esforço que o cérebro faz para formar a imagem tridimensional projetada. O ser humano enxerga naturalmente em três dimensões, porém, em filmes, videogames ou televisores em 3D, o cérebro tem de trabalhar mais: são enviadas imagens diferentes para cada um dos olhos e o órgão é obrigado a sobrepô-las para gerar a sensação de profundidade que faz com que os objetos “saiam da tela”. “A concentração cerebral aumentada, por um período prolongado, pode resultar em dor de cabeça, náusea e tontura”, explicou à ISTOÉ o pesquisador Michel Rosenberg, da Northwestern University, nos EUA. Pesquisas calculam que entre 5% e 10% da população tenha reações adversas.
O empenho gera incômodos
Outra queixa frequente é olhos embçaodos e secos. Embora os sintomas possam estar relacionados a algum problema oftalmológico não diagnosticado, o mais comum é ser apenas o chamado “olho seco”, que ocorre quando a pessoa passa muito tempo mantendo o foco da visão em um mesmo ponto e sem piscar. O resultado é uma má lubrificação do globo ocular, gerando os incômodos.
A verdade, no entanto, é que só agora começam a ser feitas as pesquisas mensurando os impactos do 3D sobre a saúde. Portanto, é preciso cautela, principalmente com as crianças. “Os estímulos são sentidos com mais força pelo cérebro infantil”, afirma a neurologista Célia Roesler, integrante da Academia Brasileira de Neurologia. “A inquietação da criança durante a noite após uma sessão de 3D é sintoma de distúrbio do sono causado pelo esforço que o cérebro foi obrigado a fazer.” A solução, aponta a especialista, é esperar os filhos ficarem mais crescidinhos para experimentar a tecnologia. Afinal, se os próprios fabricantes dos televisores estão alertando sobre os efeitos colaterais, o melhor é assistir em 3D com moderação.
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